O coronel do Exército que tinha se tornado réu por racismo após um comentário preconceituoso contra um colega de trabalho no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) fechou um acordo na Justiça e não será mais processado.
Herácles Zillo, que é da reserva remunerada do Exército e trabalhava no Tribunal desde 2021, também foi exonerado do cargo de chefia que ocupava nesta terça-feira (21).
Herácles fechou um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP). Esse tipo de acordo permite que o réu não vá a julgamento, além de não ser punido com prisão por eventuais crimes. Segundo a juíza Ana Paula Abreu Filgueiras, da 16ª Vara Criminal do Rio, Héracles confessou ter comparado o auditor Carlos Leandro dos Santos a um macaco-prego. A confissão do crime é um dos pré-requisitos para a homologação do acordo.
Por conta do acordo, Héracles terá que cumprir algumas condições, entre elas, formalizar um pedido de desculpas à vítima.
O Ministério Público do Rio (MPRJ) tinha denunciado Héracles Zillo pelo crime de racismo.
Segundo a denúncia, o auditor Carlos Leandro ouviu falas preconceituosas no setor de transportes do Tribunal. Ele foi até lá solicitar um carro do TCE para um compromisso institucional e reclamar de um aplicativo que não estava funcionando.
A vítima é um analista de controle externo experiente, com 11 anos de carreira no TCE e trabalho reconhecido no combate à corrupção.
Ele contou que ouviu de Herácles que “viatura pra ele, só depois de cortar o cabelo”. Carlos Leandro disse que Héracles estava junto a outro homem e ouviu quando um deles o comparou a um macaco-prego. Ele não sabe ao certo qual dos dois fez a comparação. Carlos falou ainda que não teve o pedido do carro atendido.
Depois de denunciar que foi vítima de racismo, o auditor Carlos Leandro pediu transferência para o Ministério Público de Contas. Ele aceitou uma redução salarial na nova função para se afastar do TCE.
Com informações do g1.
