Policiais da delegacia de Cabo Frio fizeram, nesta sexta-feira (1º/11), uma operação contra uma quadrilha suspeita de gerar patrimônio de mais de R$ 7 milhões com o tráfico. Segundo a Polícia Civil, foram alvos da ação o líder de facção Comando Vermelho na Região dos Lagos, Cristiano de Souza Barreto, o Fofão, a mulher dele e mais cinco pessoas.
De acordo com o delegado Alessandro Gabri, Cristiano e a mulher adquiriram todos os bens com as movimentações financeiras do tráfico de drogas e com empresas de fachada, onde o dinheiro era “lavado”. A polícia cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão, além do bloqueio de contas no valor de mais de um milhão de reais e indisponibilidade de veículos e imóveis no valor total de R$ 7 milhões.
Ainda segundo a Polícia Civil, a mulher de Cristiano era a responsável por ser o “braço” mais lucrativo da facção, em Cabo Frio. De acordo com as investigações, o grupo atuava no bairro Praia do Siqueira com apoio de criminosos da Comunidade Favela do Lixo, no bairro Manoel Corrêa.
Ao todo, foi pedida a indisponibilidade de dois carros e seis imóveis. Foram apontados no inquérito o enriquecimento com a compra de dois apartamentos no Rio de Janeiro, um prédio de três andares na Praia do Siqueira, em Cabo Frio, e uma casa com piscina em condomínio fechado em Araruama, entre outros.
A investigação apurou que o grupo fazia a revenda de drogas da Comunidade da Rocinha na Região dos Lagos. Parte do enriquecimento do líder da facção aconteceu entre 2016 e 2021, inclusive, enquanto ele ainda estava preso. Fofão foi preso em 2015 após ser flagrado em uma blitz pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) dirigindo com CNH falsa, já tendo mandados em aberto.
Outra parte do grupo alvo da operação desta sexta atuava no controle da chegada de drogas e armas nas fronteiras do Brasil no estado do Mato Grosso do Sul. Romário Lucio Dutra da Silva, o Romarinho ou Jogador, foi preso em 2017 por envolvimento com o tráfico, sendo um dos chefes de organização criminosa na capital e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Ainda de acordo com a polícia, Jogador e duas irmãs, que moram na cidade de Naviraí/MS, são suspeitos de coordenarem a chegada de drogas e armas de fora do Brasil para serem distribuídas em comunidades do Rio de Janeiro. Elas teriam recebidos recursos do irmão e de Fofão.
Também foram alvos da Operação Balão Mágico, como foi denominada a ação, um morador em situação de rua de Cabo Frio, que já estava preso por tráfico de drogas. Ele é o único sócio de uma empresa criada, segundo as investigações, para funcionar para “lavar” o dinheiro da quadrilha. Outro alvo é suspeito de ser uma espécie de “diretor” do tráfico na Praia do Siqueira.
A Operação Balão Mágico foi considerada a mais importante de combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas já realizada pela delegacia de Cabo Frio.