Febre nas periferias do Brasil, as brincadeiras com armas de plástico que usam balas de gel virou caso de polícia, nesta terça-feira, no Jardim Esperança, em Cabo Frio. Cerca de 100 jovens foram avistados brincando com as chamadas “armas de gel”, segundo a PM, “gerando uma confusão generalizada”. Ainda de acordo com a polícia, alguns integrantes do grupo usavam toca ninja, capa de colete balístico e máscaras. Com a presença da viatura, os jovens saíram correndo e na fuga, deixaram para trás sete armas de gel e uma mochila.
A polícia disse que após a dispersão, alguns jovens procuraram os policiais para recuperar as armas de gel, mas foram orientados a praticar a atividade em áreas reservadas. A PM apreendeu as armas de gel, alegando que, em via pública, a brincadeira poderia causar desordem e constrangimento a população, podendo vir a causar danos a terceiros. O crime citado no boletim de ocorrência é “outros tipos de infrações contra o costume e a família”
A nova febre, que se expande nas periferias brasileiras, é um fenômeno global, com batalhas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. Mas as arminhas de plástico podem causar hematomas e até cegar, caso atinjam os olhos.
As armas têm causado uma série de preocupações para a segurança pública. “Imagina uma pessoa, um cidadão, andando pela rua à noite, vendo de repente um grupo de pessoas correndo, às vezes até com uniformes, brincando, simulando essas batalhas de gel com armamentos longos, e a pessoa tem que detectar se aquilo é um armamento real, se é uma brincadeira ou não. E pensa no policial, que na realidade que nós temos do Rio de Janeiro, se depara com alguém com alguma coisa semelhante a uma arma. Ele tem pouco tempo ali para poder identificar se aquela arma é real, se ela vai ser apontada ou se ela vai ser disparada. E a gente pode ter um incidente infeliz”, diz a tenente-coronel Cláudia Morais, coordenadora de Comunicação Social e porta-voz da PM/RJ.
As batalhas são estimuladas por influenciadores digitais, caso do “comandante de Cabo Frio”, o influenciador Maicon Douglas Mendonça Cereja. ”A gente começou a ver que estava virando uma tendência na internet e começou a gostar da adrenalina. Aí como a rapaziada é bem unida, a gente foi, gostou, se juntou e começou a brincar também.”, diz o jovem nas redes sociais.