O último boletim divulgado pela Inea (Instituto Estadual do Ambiente) sobre a balneabilidade na Lagoa de Araruama mostra que o problema de contaminação da lagoa vai além das praias atingidas, nas últimas semanas, pelo acúmulo de material orgânico. O Manchete Lagos apresentou, na semana passada, uma série de reportagens especiais sobre a situação preocupante no trecho entre a Praia do Siqueira, em Cabo Frio e as praias do Camerum e Mossoró. Por conta do material orgânico acumulado, pescadores não estão conseguindo sair para trabalhar.
A situação mais preocupante é em Iguaba Grande, na praia dos Ubás, que recebeu a Bandeira Azul para a temporada 2024/2025. A certificação internacional tem como um dos critérios a qualidade da água. Das cinco praias da cidade, quatro estão impróprias para o banho. Apenas um trecho em frente à Rua Bolívia foi liberado. Nossa produção entrou em contato com a prefeitura de Iguaba Grande e aguarda um retorno.
Em Araruama, cinco praias na Lagoa de Araruama foram consideradas impróprias para o banho: Centro e trechos das praias do Coqueiral, Areal, Barbudo e Iguabinha.
Em São Pedro da Aldeia é a cidade com o maior número de praias banhadas pela lagoa consideradas impróprias. Foram seis: praia Linda, do Centro, Pitória, Sol, Sudoeste, Ponta D’Aldeia e Balneário. A Praia das Pedras de Sapiatiba, que também ganhou a Bandeira Azul, não teve análise do Inea. Também não foram analisadas as praias do Camerum e Mossoró, onde o acúmulo de material orgânico foi denunciado por pescadores
Em Cabo Frio, a Praia do Siqueira e das Palmeiras, ambas banhadas pela Lagoa, foram consideradas impróprias.
A única cidade que teve todas as praias lagunares liberadas foi Arraial do Cabo.
Em Saquarema, não há análise da água na única praia banhada pela Lagoa de Araruama.
Na semana passada, o MPF (Ministério Público Federal) concluiu as investigações sobre o caso e pediu a prisão de um ex-diretor da Prolagos, a concessionária de água e esgoto e multou a empresa em R$ 20 milhões.
A Prolagos reforçou que está comprometida com a preservação ambiental e com a qualidade de vida dos moradores dos municípios atendidos pela concessionária e que desde o início do processo distribuído pelo Ministério Público, a empresa vem prestando os esclarecimentos, demonstrando que não houve qualquer ilícito por parte da concessionária. Em todo o período, o sistema estava operando conforme estabelecido no contrato de concessão, seguindo as licenças ambientais.
Para continuar os investimentos na região, a concessionária está construindo 26km de interceptores de esgoto no entorno da Lagoa de Araruama, ampliando o cinturão, que já possui 38km, para proteção da laguna.
Paralelamente, as estações de tratamento de esgoto de São Pedro da Aldeia, Cabo Frio e Arraial do Cabo estão passando por intervenções que vão aumentar a eficiência e a capacidade do tratamento.
