Os municípios banhados pela Lagoa de Araruama devem formar uma força-tarefa e fazer levantamentos sobre a atual situação da lagoa. Foi o que decidiram os representantes de seis cidades que se reuniram nesta quarta-feira (5), em São Pedro da Aldeia. Além dos anfitriões, também estiveram presentes representantes das prefeituras de Cabo Frio, Búzios, Arraial do Cabo, Araruama e Iguaba Grande. O Inea (Instituto Estadual do Ambiente) participou do encontro.
Segundo a decisão, após os resultados dos levantamentos, seria possível determinar ações para coibir o que está sendo classificado como o “colapso da Lagoa de Araruama”. Pescadores denunciam que, desde o fim do ano passado, a lagoa foi tomada por uma densa camada de material orgânico e escuro entre a Praia do Siqueira, em Cabo Frio e as praias do Camerum e Mossoró, em São Pedro da Aldeia. O problema, segundo eles, seria provocado pelo despejo de esgoto sem tratamento.
Enquanto isso, os pescadores se mobilizam para tentar apressar soluções para o problema e já ingressaram com diversas ações na justiça pedindo providências. A ONG A Lagoa é Nossa está fazendo diversas audiências com comunidades de pescadores para discutir possíveis novos pedidos. Na semana passada, o MPF (Ministério Público Federal) concluiu a análise de uma dessas ações, de 2019 e pediu a prisão do ex-presidente da Prolagos, concessionária de água e esgoto e aplicou uma multa de R$ 20 milhões.
Em entrevista a um podcast, o presidente da ONG, Pablo Santos, disse que o problema recente seria provocado, principalmente, pelo despejo de esgoto sem tratamento promovido por condomínios de São Pedro da Aldeia em novos bairros às margens da lagoa, como o Nova São Pedro. E também pelo sistema de coleta a tempo seco, usado pela Prolagos, na Praia do Siqueira, em Cabo Frio.
O Comitê da Bacia Lagos São João, que reúne representantes dos municípios banhados pela lagoa, defende uma força-tarefa que incluiria a remoção do material do orgânico. E tenta colocar a medida em prática.
A Prolagos afirma que trabalha dentro das normas ambientais e que o material orgânico é provocado por condições naturais da lagoa. Sobre o sistema de coleta a tempo seco, citado pela ONG A Lagoa é Nossa, a Prolagos informou que é um sistema de esgotamento sanitário que intercepta o esgoto da rede pluvial. E que a implantação dele foi decidida em audiência pública.
O Manchete Lagos aguarda posicionamento da prefeitura de São Pedro da Aldeia e da Prolagos sobre as críticas da ONG A Lagoa é Nossa
