A Justiça determinou o afastamento de um subsecretário da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ) por suspeita de corrupção. Um preso denunciou que estava sendo coagido e pressionado a pagar propina a fim de conseguir um laudo médico e ser beneficiado com a prisão domiciliar. Os pedidos, segundo ele, chegaram a R$ 600 mil.
Na decisão da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa, do último dia 10, foram afastados o subsecretário de Tratamento Penitenciário, Lúcio Flávio Correia Alves, e os inspetores Thiago Franco Lopes, Aleksandro dos Santos Rosa e Márcio Santos Ferreira.
Além disso, promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), com apoio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp/MPRJ), cumpriram 10 mandados de busca e apreensão. A Seap disse que foi notificada e que vai cumprir todas as determinações.
O caso foi revelado pela TV Globo em dezembro. O detento Cleiton Oliveira Meneguit enviou cartas à Justiça com detalhes do suposto esquema. “Abutres que só querem tirar proveito. Estou sendo coagido a todo momento”, escreveu.
Cleiton é obeso e precisou fazer uma cirurgia para reduzir o estômago. Um laudo lhe daria o direito de prisão domiciliar, para ele se recuperar em casa por 4 meses. Ele contou que foi retirado da cela 2 vezes para tratar dos pedidos.
“Eles já me tiraram duas vezes para me exigir R$ 600 mil para me vender ou dar um laudo favorável”, relatou.
O que disseram os citados
À época da denúncia, Thiago Franco Lopes disse que nunca ouviu falar de esquema nenhum de laudos. Falou que era diretor da unidade há 3 anos e que espera que a investigação mostre que nada de irregular foi feito.
Segundo Thiago, o preso não foi beneficiado por nada e tudo não passava de uma guerra política dentro da Seap.
A Fundação Saúde disse que, ao tomar conhecimento da investigação, determinou à empresa que presta serviço para a unidade o afastamento imediato dos três profissionais suspeitos, citados na sindicância.
Procurados, os advogados Mônica Carvalho e Tarcísio Ayres não responderam.
A TV Globo não conseguiu contato os outros citados na reportagem.
Com informações do g1.
